sexta-feira, 11 de julho de 2008

Autoconhecimento

Certo dia,

Um amigo fazia um teste vocacional ao lado da esposa, na hora de responder às perguntas, muitas vezes a esposa o interrompia dizendo:
Não, você não é desse jeito.

Pois é, e realmente a esposa tinha razão. Fato é, muitas vezes as pessoas que convivem conosco nos conhecem muito mais que nós mesmos. É natural o homem não querer notar defeitos que possui e, também, não valorizar boas características que carregam consigo. No entanto, nem sempre estamos em nossas casas e seremos avaliados por nossos maridos/esposas, em grande parte do dia, estamos em contato com nossos colegas de faculdade, de trabalho, amigos, entre outras pessoas. E, são nesses momentos que cometemos erros por um único motivo: falta de autoconhecimento. É preciso levar em conta duas questões muito importantes quando realizamos alguma atividade. A primeira, o que eu espero de mim? E a segunda, o que devo esperar de mim?

O leitor pode pensar que a segunda proposição é conformista, limitadora e sempre devo me prender à primeira questão como objetivo. No entanto, devemos ter em mente que, nos conhecendo, e sabendo das nossas reais qualidades e limitações, tornamos as nossas tarefas menos exaustivas, estressantes, e ainda obtemos um resultado muito melhor. Quando sabemos quem realmente somos, e o que gostamos de verdade, somos mais felizes em tudo que realizamos. Muitas vezes somos levados ao lugar-comum, ou seja, nos vemos obrigados a gostar do que a maioria gosta ou ainda, ao que a mídia nos impõe. Não podemos nos deixar levar por isso, é necessário buscar um autoconhecimento.

Quando conhecemos os nossos valores e objetivos na vida, tornamos a nossa caminhada mais segura. Afinal, é muito mais fácil chegar a algum lugar quando sabemos onde queremos estar. Essa frase pode parecer muito óbvia, no entanto, muitas pessoas entram numa Faculdade, fazem cursos de idioma, de música, de artes, tentam ingressar no mercado de trabalho, mas não fazem a mínima idéia de onde almejam estar ou que pretendem para o futuro. Quando falamos em sonhos, planos não existem melhores ou piores e sim, aquele que você desejam alcançar. Existem casais que suportam viagens profissionais de seus cônjuges e jamais pensariam em trabalharem juntos, existem outros que almejam uma empresa própria para dividirem juntos a vida profissional. Qual dos dois casos será melhor sucedido? Aquele em que os protagonistas estiverem mais felizes.

Temos que parar um pouco em meio à correria que vivemos para analisar: Será que estou sendo feliz na minha vida profissional? É uma questão muito simples, mas muito difícil de colocar em prática. Beira ao óbvio. Por exemplo, uma pessoa que gosta de trabalhar sozinha não deve ser um gerente de relacionamentos de uma empresa. Certa vez encontrei um amigo cujo sonho era trabalhar sozinho em frente a um computador o dia todo. Eu, particularmente, me internaria após esse período de isolamento. E ele trabalha como professor. Muitas pessoas fazem determinados cursos, escolhem algumas profissões motivados por razão nobres, mas erradas. A escolha profissional demanda aptidões, desejos, sonhos, muito mais de que admiração por determinada área, é preciso sentir-se completo.

Bom, retornando ao teste vocacional e o quanto enganamos a nós mesmo. É preciso autoconhecimento, reflexão e, se possível a ajuda de quem está ao nosso lado. Pode ser mãe, pai, marido, esposa, irmão, alguém que nos conheça de verdade e que queira a nossa felicidade e não a dele. Pois muitos pais querem realizar em seus filhos os seus próprios sonhos, o que pode causar grande frustração a ambos. Use um lápis, um papel e uma dose de paciência para anotar quais são seus sonhos, como gosta de trabalhar, quais suas principais características e sua personalidade. Existem muitas coisas na vida que não podemos optar, simplesmente aceitar o que é imposto. A vida profissional não. É tudo uma questão de escolha. Devemos escolher a felicidade e o sucesso é conseqüência.